terça-feira, 4 de agosto de 2009

Texto enviado a um colega canalha

Tenho um gosto duvidoso e audacioso. Um pouco travoso, eu admito.

Essa mania de ser e querer tudo diferente fez da minha vida um carrossel de emoções. Eu digo e repito sem vergonha, tenho uma queda pelo lado negro da força.

Adoro o tipo de homem cafajeste, canalha, galinha, safado, sem vergonha, cachorro, filho da puta, enfim… Vou parar de xingar porque eu gosto… Onde eu tava mesmo? Ah, sim, bem, continuando… Se eu não tenho vocação para santa porque gostaria de padres, frades, monges budistas? Odeio homens bonzinhos. Aqueles com cara de bobo da corte e com beijos babados. Geralmente, mandam mensagem de hora em hora, insistem no encontro e os braços parecem tentáculos. Vejam bem, não sou mulher de malandro, mas me excita o prazer do jogo de sedução, o embate velado, a atmosfera de mistério me envolvendo.

Ser ou não ser? Adoro saborear cada dúvida da conquista, como um licor bem caro. Homens canalhas têm um brilho raro, um charme peculiar. Parece encanto. Eles têm o dom de deixar qualquer uma perdida porque conhecem os desejos da mente feminina. É a promessa de diversão garantida, com habilidades (manuais?) e apetite sexual. O homem cafajeste muito me interessa pelo senso de humor, inteligência e o gosto refinado (nem todos, ok?), mesmo se perdem o padrão de qualidade. Afinal, se não fossem bons de cama, não tinha tanta mulher na fila pedindo bis. Eles têm prazer em experimentar todos os tipos de mulheres para exercício de vaidade.

Não falo do cafajeste que te faz mil promessas e depois descarta feito papel de bombom. E sim daquele que te conduz ao delírio e mantém sua presa por vontade porque o gostoso mesmo é aquela sensação de perigo iminente. Você sente a vertigem de cair a qualquer momento num abismo, sem salvação. E de repente, você está prestes a comenter o maior erro: exigir exclusividade. Isso é algo raro para eles. No mínimo podem oferecer uma estabilidade a mulher que aceitar sua ‘índole’. Não se trata de masoquismo. A intensidade das emoções de uma vida afetiva instável pode ser excitante. A imprevisibilidade tem um charme. Se ele for comprometido, o desejo cresce vertiginosamente. O proibido é o combustível do desejo.

Quando conheci meu namorado, o motivo da atração instantânea foi o fato dele ser um galinha inveterado. Agora me excita a idéia de tê-lo como ‘meu’ porque o tornei proibido para as demais. Adoro saber que meu homem é desejado e cortejado por outras mulheres, mas só eu posso ter (será?). O sentimento de posse me dá um estranho prazer.

E mesmo que ele fique com outra, é apenas o corpo matando sua fome. É a minha vaidade que impera, é a necessidade do poder, sou possessiva e egoísta. Não gosto de dividir. E tem desafio maior do que conquistar alguém que nunca foi exclusividade de ninguém?Um dia, todo canalha muda sua sina. Um dia, o galinha acha a mulher para deixá-lo na linha. E hoje, mesmo vivendo de ciúmes do passado que o condena, agradeço todas as mulheres que passaram pela sua cama porque em todos os corpos, em todas as bocas, ele procurava por um fim. Só provando os vinhos, você reconhecerá o melhor sabor. Agradeço a todas, por tê-lo preparado para mim.

2 comentários:

orquideaselvagem disse...

Meu Deus! Essa mulher (espero que seja mesmo) que escreveu esse texto merce o meu parabens. Se todas pensassem assim os casamentos, namoros, casinhos não acabariam por serem abreviados. Se ela for tão bonita e sexy como é inteligente e perspicas...Meu deus! Não quero conhece-la! rs. Não pelo menos de dia...

Marina Couto disse...

Nossa, me identifiquei muito com algumas coisas que ela disse. Pois é, eu também gosto de canalhas, mas por ser muito romantica as vezes, caio no erro de querer exclusividade, se eu pudesse, essa seria a primeira coisa que mudaria em mim, a ansiedade por ter aquele cara canalha só pra mim. Mas fazer o quê. No finalzinho, descobri uma super lição contra o ciumes, mas por enquanto tenho muito que trabalhar nisso. Adorei!